sábado, 27 de junho de 2009
alma
Não fosse ela...
Não fosse o zumbido do éter,
o aroma das rosas esquecidas,
o ronco do navio, plenilúnio,
estrelas riscando o céu...
O silêncio se faria .
E se navegaria esse instante
como num oceano de mel .
Não fosse o vento sorrateiro
soprando o tempo inteiro,
(desmanchando
meus castelos de areia)
quem avivaria a chama
que me incendeia?
Penso em ti.
Tua lembrança me faz suspirar.
Mil poesias dormem
na ponta da língua.
Mas minha alma se levanta
para ti buscar...
carmen
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Ó Mâe Divina
Faça de nós filhos amorosos teus.
Põe tua doçura em nosso olhar,
Tua ternura em nossos braços,
Em nossos ouvidos o teu dom de escutar.
Cubra-nos, Mãe, com o teu manto de estrelas,
E derrama sobre nós o teu leite divino,
Somos ainda tão pequenos ...
Estamos friorentos, carentes e famintos.
E quando já formos Homens, Mãe,
Dá-nos de beber da tua taça de maravilhas,
Leva-nos para dentro do teu castelo de jade
E revela-nos o esplendor da imortalidade.
Carmen.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
flor
temporada de lançamento do seu último livro no Brasil
Observo-a
bela
flor
E me crio aquário
me invento peixe
por fim torno-me água
me esparramo a seus pés
apenas a sentir-lhe
a força da raiz
e o aroma inefável
como névoa
caindo
sobre mim
feito orvalho
da manhã.
carmen
domingo, 21 de junho de 2009
sonhos versos dispersos
Era sonho
até tornar-se verso.
Eram versos
até virarem carícias.
Era distante
até tornar-se tão perto...
Um simples piscar de olhos
movimentando oceanos.
Um ponto de interrogação e,
dispara meu coração
Um ponto final e,
de novo os passarinhos,
de novo a exclamação!
Uma reticência...
e novamente a inocência
recomeça a adoração,
umas poucas palavras
e já me vem um novo dia
todo ele
virado em poesia.
carmen
hortênsias no céu
sexta-feira, 19 de junho de 2009
beiju
O poeta se cansou.
O sábio já foi dormir faz tempo.
De quem é este corpo que se arrasta
carregando um poeta sonolento?
(Não pode deixá-lo ao relento
quando o espera a alcova sedosa
lençóis com perfume de rosas
sonhos deliciosos e saboreáveis...)
Ah, que é para lá que ele vai
tão logo resolva o problema:
por o poeta para dormir,
e um ponto final no poema.
carmen
Eu tu ele Nós, a Influência
foto by Joder & Ivete Tonin
A fotografia
Ela olhava olhava, e pensava: - sou eu mesma?
Não parece...
Vira e mexe, olhava.
E assim o tempo passava,
Uma semana, duas, três...
Na quarta decidiu:
- vou colocá-la ali,
e ver o que acontece.
Vieram os amigos,
e notaram:
- Bela foto, - Você está linda, - Você isso e aquilo...
Gostaram...
Hum...
A princípio não gostou,
mas agora mudou.
Agora já se vê com “outros” olhos.
carmen
quarta-feira, 17 de junho de 2009
O amor re nasce...
O amor re nasce
O amor é um tambor pequenino,
Um brinquedo do menino, esse deus
que me olha sereno de dentro dos meus sonhos
e me sorri, porque tudo é um sonho,
e nada é para sempre.
Ele é o estado de graça
que faz as deusas serem belas,
é o aroma que as faz perfumadas e meigas.
Ele povoa seus pensamentos e sensações
com poesias que só às deusas são ofertadas.
Ele as atrai como o mel atrai as abelhas,
ele fascina suas almas meninas
e as leva para brincar ao pé do riacho
que nasce na fonte do seu coração
e corre sem fim dentro de tudo que existe.
O amor nunca morre e, no entanto,
re nasce todos os dias,
no mesmo instante em que o sol irrompe,
os pássaros se põem a cantar
e as fadinhas se levantam para dançar
sobre as gotas de orvalho .
Quando a alma desponta no horizonte do poeta,
ele é o dourado que a tudo permeia,
é a melodia tocando suave a natureza das coisas .
O amor re nasce
toda vez que o poeta abre as asas
e suas mãos se põem a extrair poesia macia
das pedras mais duras,
tornando-as quais bolhas cintilantes e diáfanas,
só para circundarem os corpos das deusas
quando o inspira a poesia.
Das ondinas, meigas ondas pequeninas,
ele fez um xale e colocou em seus ombros
só para vê-las chorar
quando o tambor de Shiva pára de tocar,
e o poeta adormece,
e a poesia hiberna,
e a primavera desaparece..
Tempos depois o menino deus poeta volta a tocar.
E o amor ressurge das chuvas,
E re nascem as deusas,
as flores, os perfumes, as estrelas do céu,
a alma da natureza re nasce,
e a poesia diz o primeiro verso de amor
na boca do poeta.
carmen
carmen
terça-feira, 16 de junho de 2009
é hora de partir...
Meu coração é um sol
Meu peito, um porto,
E meus braços, milhões de braços de mar.
Qual navio carregado de ternura
Espero pelos pássaros do amanhecer
Para partirmos juntos
Rumo às paragens do Ser.
Seja essa neblina, esse fog, essa garoa,
A névoa fabulosa que anuncia o novo dia
Na terra abençoada da Vera Cruz.
Seja o madeiro horizontal, o saber,
E o madeiro vertical o fazer acontecer
A tão anelada luz.
Giro em torno do meu próprio coração
E as abelhas são incansáveis em seu eterno
Zzzzzzzzzzz.....
Há mel para a humanidade inteira
na colméia da Poesia.
carmen
sábado, 13 de junho de 2009
Saudadis do mestre...
TESTAMENTO
mamífero,
no pleno gozo das
minhas faculdades,
descendente dos peixes
e de um homem sábio,
declaro
para todos os fins de direito,
que deixo como herança
para a amada,
várias constelações
no lado direito da Via Láctea,
conforme mapas astronáuticos.
Declaro ainda ser possuidor
de alguns ventos da madrugada
e de várias ondas na praia descrita
no documento anexo,
com amostras da areia
e uma estrela fossilizada.
Outras propriedades não citadas,
deixo para o cartório distribuir
aos autores dos melhores versos,
nas próximas temporadas.
A vasilha hermética junto,
deverá conter a alma,
incinerada para distribuição gratuita
entre os pássaros e abelhas.
Desejo a todos um bom dia
e a mesma noite de plenilúnio
riscada por meteoros erráticos.
Firma reconhecida
e o labirinto digital da minha vida
debaixo do último verso.
assinado:
ANDRÉ CARNEIRO
poesia de JHS
A poesia eleva
os mais profundos sentimentos
da alma
à consciência dos dias
feitos de versos
tecidos com fios de luz.
A poesia
é dos poetas
que de tão vivos
sabem eternizar o canto
e o belo
de todas as palavras
de todos os Eus.
A poesia
não tem razão
tem sabedoria.
jhs
José Heitor Santiago
sexta-feira, 12 de junho de 2009
o que há...
O que há,
O que há, poeta das doces palavras,
infiltrado no recheio dos teus versos,
que desce em torrentes por minha garganta,
entra-me na corrente sanguínea
e me põe assim, nua, mínima e vulnerável ?
Qual avalanche de pulsar inexplicável,
derramas sobre o meu olhar tuas rimas macias,
desmanchas meus castelos de areia,
tornas em pó meus ídolos reluzentes,
sem sentidos minha poesia.
Ah, poeta da inspiração inesperada,
Olha dentro dos meus olhos e me diz:
- O que há na consistência sutil do teu poema,
o que há, poeta dos dourados anelos
que me inebria a alma e,
num instante que me sabe eterno,
já nem sei quem sou?
Mergulho em teu poema.
E afogo-me em minhas próprias águas turbulentas.
Eram sem sal, até que me viesses, em ondas,
ora com gaivotas brancas em céu azul,
ora em procela do fim do mundo...
carmen
imagem by Miggs 69 - site Devian Art
quinta-feira, 11 de junho de 2009
O mistério da rosa
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Diva...
Diva
Deusa, divindade, deidade, amor supremo...
A teus pés dobram-se todos os poemas.
São para ti os cânticos de todos os poetas.
São para ti minhas palavras ralas,
É para ti meu louvor,
Em teus ouvidos sopro os meus versos de amor.
Teus cabelos voam à brisa de milhões de anelos,
E em teu colo deitam-se os tesouros do coração.
Poesia escorre, qual chuva de prata, por tuas mãos
E as mais belas rimas ardem em tuas pupilas .
De ti espero apenas o olhar amoroso ao amanhecer,
E os uivos da loba ao anoitecer.
Na madrugada, nada...
Além do canto inebriante
da sereia...
carmen
domingo, 7 de junho de 2009
Recebi o selo “Vale a pena acompanhar este blog!”
de Dolores Jardim.
O selo violeta é premio e representa, segundo os seus criadores,
"as sensações que a cor violeta traz para a nossa mente".
Ele é dado àqueles blogues que têm algumas das sensações da cor violeta, a saber:
magia, encantamento, graciosidade, magnetismo e tudo aquilo que parece mágico.
sábado, 6 de junho de 2009
Não tenho descanso...
imagem by Nicolas Roerich
"Não tenho descanso. Tenho sede de infinito.
Minha alma desfalecente aspira aos remotos desconhecidos.
Grande além!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre que não tenho asas para voar,
que vivo eternamente preso à terra.
A minha alma arde e o meu sono foge.
Sou um estrangeiro num país estranho.
Tu murmuras ao meu ouvido uma esperança impossível.
O meu coração conhece a tua voz como se fosse a sua própria voz.
Grande desconhecido!
Ah o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre que não tenho o corcel alado.
Não consigo encontrar o sossego,
sou um estrangeiro em meu próprio coração.
Nas brumas batidas de sol das horas lânguidas
que imensa visão de ti me aparece contra o azul do céu!
Grande irreconhecível!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre que na casa em que habito sozinho,
todas as grades estão fechadas."
Rabindranth Tagore
la vem o poeta
In corporis são
In corpo ração
Subo a montanha e
Lá estão, a relva, o vale,
Esmeraldas e jades de todos os tons...
Tão suave viver, tudo tão bom,
Mas agora não,
Agora a paisagem é desafiante,
Há perigos pela frente,
Abismos insondáveis sobrevirão.
Mas agora não,
Inefável aroma movimenta-se no ar.
O vazio respira.
O desconhecido ronda.
O fogo se propaga no éter:
In cand escência.
Algo vem do além.
O espírito do pássaro desce ao chão,
Algo chega ao ser.
Duas asas gemem de prazer.
Poeta e Pássaro:
Somos um.
In corporis são.
carmen
terça-feira, 2 de junho de 2009
à poesia que fotografa com seu olhar de fada...
quando comigo