terça-feira, 3 de novembro de 2009

Das efígies


Imagem de Jim Crotty

DAS EFÍGIES


Uma realidade se desenha por detrás
da cortina dos pensamentos.
Efígies se movimentam no mundo mental.
Gente, casas, cidades, árvores,
Ilusões de sentimentos dão as mãos a
montanhas, areia e mar, navios e sereias,
bichos e flores, nasceres e pores do sol
imaginários
ocupam seus lugares na paisagem do irreal.
Nenhum vento..nenhuma brisa...
Silêncio a perder-se de vista.

Uma lápide se ergue do chão dos desejos.
O poeta se levanta vestido de alma.
Milhões de versos adormecidos
aos pés de anelos subnutridos
vazam por entre os dedos de suas mãos.

Uma procissão de sonhos
acompanha o enterro do poema.
Velas acesas, terços, avemarias, mantras.
Carpideiras enlutadas acendem incenso,
ornamentam o chão com corbélias e
pétalas de flores...
O poeta flutua ...
O cortejo dança.
Nas dobras da dimensão se insinua
um lugar solitário na história.
Que dirá meu coração...



Della Saura

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