O rio espalha-se até à eternidade onde desagua,
rompendo o caminho, esculpindo o leito,
arrastando sedimentos de memórias desde a nascente
como alimento, e vida,
e de verde (re)veste a paisagem
e de azul é espelho do céu,
e rio de contentamento
cada vez que o colho à mão
e me refresco
numa quente tarde de verão.
Sinto a foz,
cheira-me a Outono,
mas contemplo-o
com olhos de início
acreditando na corrente
de sua configuração,
para afogar as palavras
de todos os silêncios.
joão m. jacinto
imagem por Gilad - site Deviantart
rompendo o caminho, esculpindo o leito,
arrastando sedimentos de memórias desde a nascente
como alimento, e vida,
e de verde (re)veste a paisagem
e de azul é espelho do céu,
e rio de contentamento
cada vez que o colho à mão
e me refresco
numa quente tarde de verão.
Sinto a foz,
cheira-me a Outono,
mas contemplo-o
com olhos de início
acreditando na corrente
de sua configuração,
para afogar as palavras
de todos os silêncios.
joão m. jacinto
imagem por Gilad - site Deviantart
4 comentários:
"... toda vez que o colho à mão
e me refresco..."
"...para afogar as palavras
de todos os silêncios."
"...o rio espalha-se até à eternidade..."
De leito-me a ler-te, Poeta.
Mergulho uma, duas, três vezes,
e tantas mais,
e a cada vez o que leio é maior,
mais abrangente.
Muchas gracias...
É a justa inteligência
da poeta generosa,
que me alcança,
para lá das palavras,
e da simplicidade
de meus dizeres,
de minhas intenções,
decifrando outras escrituras,
que não me lembro,
outros de mim que desconheço
e que nunca capaz, serei,
por que não será,
jamais preciso.
Na transmutação
dos versos
escolho a morte do poeta,
que honrei,
para que persista
alguma da poesia
que me compõe
quando por desdobramento
me redijo ao bem.
Não tenho o caminho do Sol,já foi,
mas o da brincadeira com os ventos
e quero aceitar essa felicidade
e dançar com o futuro
em todas as ruas.
Ficarei invisível,
por que me desgosta
que alguns me vejam.
Vestir-me-ão as palavras;
chegam para me dar rosto.
E quem bem me conheceu,
nelas me achará.
jmj
jhs
mdr
Grato, poeta!
Abraços-poema!
O Rio que o poeta Ja cinto sente, sentiria, por toda a eternidade, se afogadas fossem "as palavras de todos os silêncios".
Linda poesia.
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