segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Máe, faça de nós filhos amorosos



Ó, minha Mãe,


Faça de nós filhos amorosos teus.
Põe doçura em nosso olhar,
Tua ternura em nossos braços,
Em nossos ouvidos o teu dom de escutar.


Cubra-nos, Mãe, com teu manto de estrelas,
Derrama sobre nós teu leite divino,
Pois somos ainda muito pequenos,
Estamos friorentos e famintos.


E quando já formos Homens, Mãe,
Dá-nos de beber da tua taça de maravilhas,
Leva-nos para dentro do teu castelo de jade
E revela-nos a imortalidade.



Carmen.

te encontrei nos corredores da poesia






"Encontrei você nos corredores da poesia.
Caía uma chuva ácida lá fora
mas, dentro de mim a fonte murmurava
palavras de mel. 
O deserto florescia,
eu me sentia no céu.

Estreita era a porta que levava ao coração.
Passava por ela todos os dias.
Limpava os pés no tapete do silêncio antes de entrar,
entoava mantras, ligava incensos,
em meu interior, eu era toda louvor.

E os versos vinham, volumosos,
delicados, perfumados, imensos...
Reminiscências, des-ilusão, alegria ...
e glória!
Próximo capítulo da nossa história."

Primeira pele

Não fosse ela, 
que vive em mim
[e, que por um nada me escapa],

essa que me põe em alma e harmonia,
nem sei o que seria.

Ela me póe a olhar e ver -
a cor que não estava lá,
o som que ninguém ouviu,
a geometria da luz dançando no ar.

Pousa leve, vibra suave...

Não fosse essa que nem sei ser 
ainda,
indo e vindo, ondulando-se
e fugindo...
[Nem quero saber]

Possui ares de rainha,
 sábia, feliz e caprichosa,
absoluta em seu existir.
Mora dentro da minha alma 
e me embriaga com o seu sagrado elixir,
todavia, do nada, sem avisar, se vai.

Até mais ver 
poesia!


carmen

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Narcisos


Narcisos

Ei-la, à beira do lago,
belíssimo Narciso, como tantos e tantas,
a si mesmos vendo e refletindo, 
koans indecifrados esperando por um trovão, 
e um raio, que por sua força transcendental 
destrua todos os espelhos.


Mas sempre haverá um lago para mirar-se.
Até mesmo uma gota dágua pode encantar
o olhar.

Ah,a condição humana...

carmen regina

besos hermanos poetas

poema forte




Um poema forte, 

como o vento 

que açoita as magnólias,

e levanta minha alma 

para ver a lança 

que atravessa os dias e as noites, 

rasga o peito do poeta

e o torna, assim,
uma caixa de jóias
de onde Poesia retira delicadamente
um verso de esperança
para o amigodaalma.




Smirama

@carmenrdias

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

do jeito que as crianças espiam







Assim 
dia após dia 
nascia e renascia 
Poesia

Pincéis iam e vinham 
das mãos dos anjos
para as mãos dos deuses
Poesia erótica nascia

A exaltação dos desejos crescia
E o que era o céu tornou-se
por obra divina
o império dos sentidos

Vento semeando versos
ora doces
ora doloridos

A inocência só observava.
Do jeito que as crianças espiam.





@carmenrdias

Abismal ...penso, e a rua fica comprida...




Penso.
E a rua fica comprida,
o horizonte, distante.

Penso,
E o abismo vai se criando
Enquanto ando.

Penso.
E na névoa, há dores,
Fora dela, há cores.

Penso.
E o pintor se atira
Ao abismo dos pincéis.

Não penso.
E o pensar me esquece
Para que o poema se expresse

Entrego-me.
E a tela em branco, abismo profundo,
Traz-me de volta ao meu mundo.


Carmen Regina, by Smírama