segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
A TARDE ARDE
A TARDE ARDE*
A tarde arde
na pele
das palavras
o fogo se propaga rapidamente
Acendo uma vela
na boca do vulcão
E o poema vai se criando
Apaixonado...
Teu peito nu: papel perfeito
para as mãos do poeta
Como me atrai essa flor!
esse perfume!
na boca do abismo...
Carmen Regina*
quarta-feira, 19 de junho de 2013
a flor do asfalto ...
E eis que lobos famintos invadiram
e devoraram
A Arte da Guerra,
A Arte da Guerra,
apropriando-se das ideias do Sábio,
ultrajando e vilipendiando sua sacralidade.
Pelo poder
de gestos, palavras e atitudes
de gestos, palavras e atitudes
obscureceram
a beleza da flor
perfumosa,
na plenitude do frescor,
perfumosa,
na plenitude do frescor,
que abriu suas pétalas no asfalto.
O jardineiro, atônito,
abraçado às borboletas, abelhas e beija flores,
chora a cegueira e o equívocos das turbas.
Alma solitária, soluça o pesar daquela gente humilde
que o comove ...
*Carmen Regina
sábado, 9 de março de 2013
Agromansâo monsanto
Eu vi a mansão plantada
no campo de soja.
As cortinas das janelas balançavam ao vento,
as crianças brincavam ao redor da piscina,
a jovem senhora amamentava o seu bebê.
Ela era toda ternura.
Enquanto isso,
o avião monomotor,
como um deus da chuva,
jorrava generosamente, como bênção,
um liquido
esbranquiçado sobre a plantação.
(Seria
Monsanto, Syngenta, Bayer, Pfizer,
Dupont?)
Sei não.
Só sei o que ela me disse: -Não tem cheiro.
(Inocência?)
Só sei o que eu vi.
Inconsciência.
Carmen Regina*
;
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
AROMAS DA NOITE
Tela de Ximena Henrico Galegos
Aromas da noite
A tarde estremeceu,
o sol se deita aos pés do horizonte;
logo mais, a noite cairá do céu,
buquê delírios nas mãos,
sorrindo para os meus sonhos.
Meus sonhos, minha vida,
sonhos bem sonhado, bem
tecidos,
bordados noite e dia
com fios de dentro pra fora
compondo,
em filigrana,
a delicada trama das horas
em que me inspira Poesia.
Em lugar de nós, laços,
pequenos lacinhos,
suaves e tenros,
como esse desejo que,
agora, me aflora.
As flores exalam, enlouquecidas,
há um zumbido em meu ouvido,
um silêncio profundo dentro do som
e isso ultrapassa meus sentidos.
Os jasmineiros estão silenciosos,
Os beijaflores, empertigados,
as floripöndios vencem a batalha
dos aromas
com sua poesia em forma de taças
brancas,
transbordantes do perfume inefável
com que cobrem o leito da noite.
E me embriagam.
Carmen Regina
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
A DIMENSÃO DAS FLORES E DAS CORES
Jasmins
angélicas
floripôndios
açucenas
damas da noite
Brancas flores sensuais
aromas espirituais
tocam-me os sentidos
como delicados açoites,
inebriam-me
Neste instante sem fim
esqueço quem sou,
perco-me de mim,
flutuo
na dimensão das cores
Rompem-se os véus
e eu adentro a dimensão das cores
para depois,
muito depois,
retornar ao branco original.
Carmen Regina*
muito depois,
retornar ao branco original.
Carmen Regina*
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