quinta-feira, 17 de julho de 2014

Meu coração anda distante...




Meu coração anda distante...
Encostei meu ouvido na parede da ausência
mas, não o posso ouvir,
meu coração está fora de mim,
criou asas, virou gaivota, voou,
foi  pras bandas do a mar,
lá, onde os pensamentos se agitam 
no balanço das ondas,
lá, onde  o vento açoita os sentidos.
Para lá meu coração voou e não voltou.

 Meus olhos perderam-se nas  órbitas,
minhas mãos prenderam-se aos fios invisíveis
com que  subo ao céu,
toco a estrela mais brilhante  
e digo-me:

- É o brilho da iris dos olhos do meu Senhor,
é a cintilância do poeta na alma incendiando
os versos em minhas pupilas.

Vem, raio de estrela!
Vem e enche minha taça com a  luz da tua ternura!
Vem, toma-me em tuas asas e me leva 
para a Terra do Sem Fim,
onde  tua doce voz ecoa infinitamente, 
preenchendo o imenso vazio de ti  
que carrego em mim 
pela vida a fora.

Carmen Regina*


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