Meu coração anda distante...
Encostei meu ouvido na parede da ausência
mas, não o posso ouvir,
meu coração está fora de mim,
criou asas, virou gaivota, voou,
foi pras bandas do a mar,
lá, onde os pensamentos se agitam
no balanço das ondas,
lá, onde o vento
açoita os sentidos.
Para lá meu coração voou e não voltou.
Meus olhos perderam-se
nas órbitas,
minhas mãos prenderam-se aos fios invisíveis
com que subo ao céu,
toco a estrela mais brilhante
e digo-me:
- É o brilho da iris dos olhos do meu Senhor,
é a cintilância do poeta na alma incendiando
os versos em minhas pupilas.
Vem, raio de estrela!
Vem e enche minha taça com a luz da tua ternura!
Vem, toma-me em tuas asas e me leva
para a Terra do Sem Fim,
onde tua doce voz ecoa
infinitamente,
preenchendo o imenso vazio de ti
que
carrego em mim
pela vida a fora.
Carmen Regina*
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