Lá vem ela
Braços dados com a alvorada
Lá longe, no começo da estrada
Onde o mar não alcança
E a madrugada se veste das pétalas douradas
Que as ondas sonham entregar ao luar,
E que de tão perfeito o sonhar, elas vêm
E se estendem, infinitas, sobre as areias
Sobre a relva, o sereno que cai invisível
Colando brilhos de estrelas no chão do amanhecer...
Lá vem a palavra com seu vestido branco,
Circundada de flores
Que ninguém nunca viu assim
Tão fluorescentes e mornas
Vem, poesia da alma,
Vem pra mim,
Vem tranqüila, passo a passo
Atravessa o vale do desabrochar
E vem, vem meiga, vem mansa
Vem lânguida
Por fora, neve, por dentro, lava
Que quando tu vens, desfaleço
No rastro desse perfume embriagador
Que nenhuma madrugada jamais
Ousou ou teve a honra de inspirar
Vem, e me beija e me possui
Para todo o sempre
Amém.
Carmen Regina Dias
3 comentários:
Beijo o teu Dom!
Lambo tua cria,
Poesia,
tão afortunada és tu!
Vê de quem és cria?
Do vasto VERDE,
vertendo o rosa
que por amor,
gera á ti oh, flor,
para o que sou
beija flor.
-Pousou no galhinhooo
...voou rsrsss
Lindo amiga!
:)
Já te disse outro dia: quem dera eu ter o dom do poeta, mas ele não corre nas minhas veias. Porém, sinto na tua poesia uma agitação nas células do bom gosto, tal qual o vento nas areias.
Parabéns, Carmen! Está tudo muito bonito por aqui. É a impressão digital da tua capacidade, a marca da tua imagem e a assinatura da tua criatividade!
Foi tudo que vi!
Beijos.
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