domingo, 14 de novembro de 2010
ANJO
Era um anjo,
até começar a beber da taça dos mortais.
Agora, cultiva ervas daninhas e se espalha;
agora, destila sua própria cicuta.
Não sabe o mal que se faz.
Pobre anjo,
Não resistiu ao chão movediço
de suas próprias criações.
A alma apagou a luz e ele dormiu.
Ainda dorme, pobre anjo.
Enquanto dorme
nutre fantasias, cria ilusões.
Já não sabe estar sozinho.
O anjo agora é multidões.
carmen
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5 comentários:
Adorei este poema, intenso e profundo. Afinal, no fim somos estes anjos que beberam demais na taça de mortalidade e acabaram sozinhos a definhar em sua própria cobiça.
Adorei mesmo.
Abraços Carmen.
feliz com seu olhar,
suas palavras me fazem
sentir acompanhada
nas percepções
da poesia.
É uma mortalidade tão perfeita que até os criadores insistem em passar por elas. Belo chamado à reflexão.
Linda amiga,
Estou literalmente apaixonado por esse poema!É tão melancólico, no sentido "down", "dark" até, da palavra.Um "que" de Francis Bacon, um "teco" de Baudellaire, Rimbaud, Verlaine via literatura; Velvet Underground/Lou Reed,Jim Morrison, Patti Smith, Tom Verlaine, Robert Smith(The Cure),Siouxie and The Banshies, Bauhaus no rock, Win Wender no cinema, Joss Bärr, Alan Moore e Frank Miller nos quadrinhos enfim, o mito do "Anjo Caído".Absolutamente lindo!!!
Parabéns!!!
Beijos, sempre!
Lindo demais, adorei! E amei as poesias que fizestes nas minhas fotos, vou passar aquelas para o blog para q mais gente possa curtir. Bjs
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