Noite adentro
Carmen Regina
Fecho os olhos, a noite se cala.
Não há nada que não seja sentido.
Sinto. Ah!... primeiro o incenso,
saboreio o espiritual;
Agora, a mansidão da chuva,
algum ruído incidental
e o zumbido intermitente do éter no ar,
milhões de cigarras em uníssono,
mantra,
a noite do universo dentro da minha cabeça.
Conflitos e contradições emergem...
Que sei eu do que serei em seguida ao espanto,
se já quase nada me espanta?
Maravilho-me diante do inesperado...
As palavras que me tocam
despertam a loba,
morta de fome.
Acorda o poeta no mundo dos sentidos.
4 comentários:
Acredito que a noite fala, fala muito para a alma.Onde os conflitos emergem na alma e diz muitas coisas.
beijos
«As palavras que me tocam despertam a loba
morta de fome.
Acorda o poeta no mundo dos sentidos».
Que as palavras paridas no auge da madrugada, grávidas de formas pouco definidas, acordem as veias e as enlacem, alimentem com orvalho o fulgor da sua poesia.
"Acorda o poeta no mundo dos sentidos"
"Acordo, o sol bate lá fora
A vida não demora..."
"Acordo pensando encontrar o meu amor
Pra banhar na luz do sol
E fugir da escuridão..."
Ah, que bom te reencontrar, Sérgio, poeta do coração.
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