sábado, 8 de novembro de 2008

Belo dia...

Belo dia

O dia nasceu,
E a estrela de fogo não apareceu.
A natureza dorme
recoberta por úmido véu,
Regozijam-se as raízes,
Tremem as pétalas das flores,
Torrentes deságuam do céu
E alguma coisa me diz
Que veio lavar nossas dores.

Dia mais contraditório...
As portas do eterno estão abertas mas,
Não se pode entrar, apenas imaginar que ...
Um dia adentraremos,
Quando o hálito frio do tempo
Penetrar em nossas narinas
Separando o envoltório
A montanha criará asas e, voaremos.

Eu serei eternamente humana e menina,
O vento soprará em meus ouvidos
Os mais inefáveis versos,
Minha porção anjo resplandecerá
Na alvura do meu corpo estelar.
Minha casa, o coração de um poema,
Meu país, o sistema solar
Meu perfume, flor de açucena...

Novas florestas se levantarão,
Outras sementes germinarão,
Mas sempre se ouvirá aquele som:
O cricri dos grilos, o eco das cigarras,
A melancolia do violino no éter se propagando...
Chuvas haverão em outra dimensão?
Pouco importa, por enquanto,
Vou guardando os meus rebanhos...

carmen

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