segunda-feira, 13 de setembro de 2010


A flauta do amor


Era dentro de si que ela estava,
o tempo todo ali,
flauta invisível, sutil melodia
tocando dentro de si.

Canção predileta dos deuses,
todavia, não se a ouvia,
seus ouvidos voltavam-se pra fora
e, fora, ele se perdia.

Vagou por ermos inomináveis,
dormiu em colos febris,
queria tudo, e tudo era nada...

Perdeu-se na estrada,
E, agora, retorna, poeta na alma,
como sempre se quis.




Della Saura
                                                    

domingo, 12 de setembro de 2010



Eu ia te mostrar tantas coisas

Se tu fosses tu,

mas tu não és.

Foi um vacilo,

Umpiscar do meu olhar luxuriante,

Uma ilusão premeditada

Para dar consistência aos desejos.

Queria sentir o que sentiria a alma

Se fosse humana

Desculpa se foi fugaz,

Fogo fátuo.

Juro que te daria muito mais,

Te contaria os meus secretos de amor e paixão

Que ninguém nunca sonhou,

Tesouros do corpo e da alma

Que eu iria te entregar

Se tu fosses tu.

Mas tu não eras.


Smírama
by Carmen Regina

Imagem: O Cisne e Ieda, de Boris Valejo


[i] arte da poetisa e filósofa  Sônia C.Prazeres, minha amiga.