segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

à beira do a mar ...





“Lá vem ele,
poeta na alma, poesia no olhar,
versos nas pontas dos dedos;

Um zás! Asas de borboleta a farfalhar,
sabiá laranjeira a cantar e,
sinta! Ah!

Espera! Senta aqui comigo,
vem ver a celebração do luar,
o manto dourado caindo sobre os ombros da noite,
colar di amantes cintilando no pescoço do horizonte...

O céu é a tua boca, pura estrela.
Nessas horas o sertão vira mar, seu moço.
Cola o  ouvido no caramujo e ouve:

É o marulho das ondas,
sereias cantando, o poeta sonhando  
à beira do a mar.

*Carmen Regina 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um belo dia, um poema





É para ser um belo poema esse dia.
Peço licença para o ler em voz alta,
quem sabe os passarinhos ouçam,
e as flores exalem seus perfumes,
quem sabe meus rebanhos silenciem
e eu possa finalmente ver
sem cortinas no olhar.

Seja este dia um retalho da colcha de eternidade
que o espírito foi criado para bordar, 
E que a humanidade desperte do sono
pela mídia embalado
e que possa ver o que náo tem  paciëncia para perceber,
- o culto desenfreado  ao consumo,
 às tecnologias desafiadas pela Natureza;
e que as autoridades nomeadas pelo povo
honrem as milhóes de vidas ao seu discernimento
confiadas.

Sejam os sonhos infinitos, leves e breves.
Semibreves, colcheias, claves de sol imensas
desenhadas pela pena do amor 
na pauta dourada do coração do poeta...
 Possam nossos ouvidos ouvir a melodia
da flauta de Deus.



Carmen Regina - foto de Rarindra Prakarsa