sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Merda Merda Merda






Merda,  por que¿
Ora, merda é o nosso produto principal,
Contém o substrato de tudo que ingerimos,
 toda as energias dispendidas,
pensamentos, temores, alegrias
esperanças e desesperos,
alegrias e a ausência delas,
açúcar e fel.
O nosso produto líquido podemos até beber,
mas, o sólido,  não.
Merda contém elementos nocivos, bactérias e afins,
Merda contamina...(cuidado com Ele...)
E tem cheiro próprio.
O cheiro realça as propriedades da merda,
como o som, que dá vida às imagens.
No Teatro refino a Merda.
Os companheiros influenciam,
os diretores dirigem a energia,
e eu sou mais que eu no palco.
Penso que todos somos mais que nós
nessa Merda.
Teatro  é a mais viva Poesia.

@carmenrdias

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

sozinhos...








Acordei,
e o perfume dos meus sonhos 
ainda estava aqui,
na cama, nos lençóis, no colchão,
nas paredes, nos objetos,
no tapete do chão,

por todo lado, 
o perfume do amado.

Só ele não estava,
Ele não veio,
ficou no sonho. 
Que pena...

Ele, solitário no sonho,
eu, sozinha no poema.

Smírama
by @carmenrdias

domingo, 5 de dezembro de 2010

doses homeopáticas de paixão




Acalmai


O rio corre,
é tanta água...
Não vê a hora de chegar


Acalmai vossos espíritos...
- por que não aceitar vida em gotas
e paixão em doses homeopáticas?


O rio avança,
tanto mar...
(era sem sal até se entregar)


Carmen Regina
Tela de Max Ernst

falam as flores




Falam as flores, os pardais,
Falam os lírios do campo,
Falam nuvens de todas as tonalidades.
Falam as pedras, os poetas, os cantores,
Trapezistas, palhaços, malabaristas,
Falam cercas e quintais.
Os pneus no asfalto falam,
Os surdo-mudos falam,
Gritam os espelhos até não poder mais.
Sorrisos e lágrimas mais que falam,
Até o silêncio, que é prece, fala...
Os silêncios são iguais por toda parte.
O que os diferencia é a voz do amigo da alma,
Dulcíssima...



Carmen Regina
as conchas são as guardiãs da voz do a
mar.