Tela de Ximena Henrico Galegos
Aromas da noite
A tarde estremeceu,
o sol se deita aos pés do horizonte;
logo mais, a noite cairá do céu,
buquê delírios nas mãos,
sorrindo para os meus sonhos.
Meus sonhos, minha vida,
sonhos bem sonhado, bem
tecidos,
bordados noite e dia
com fios de dentro pra fora
compondo,
em filigrana,
a delicada trama das horas
em que me inspira Poesia.
Em lugar de nós, laços,
pequenos lacinhos,
suaves e tenros,
como esse desejo que,
agora, me aflora.
As flores exalam, enlouquecidas,
há um zumbido em meu ouvido,
um silêncio profundo dentro do som
e isso ultrapassa meus sentidos.
Os jasmineiros estão silenciosos,
Os beijaflores, empertigados,
as floripöndios vencem a batalha
dos aromas
com sua poesia em forma de taças
brancas,
transbordantes do perfume inefável
com que cobrem o leito da noite.
E me embriagam.
Carmen Regina
Um comentário:
Fiquei fascinado "com sua poesia em forma de taças brancas,
transbordantes do perfume inefável
com que cobrem o leito da noite.
E me embriagam"
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