quinta-feira, 15 de setembro de 2011

apenas um vento...

(direitinho Van Gogh...)



E aí, me vi, vento,
agora, quase brisa, 
mas fui fundo no movimento,
temporal, ventania, tornado, 
o ar agitado,
a fúria do elemento,
raios e relâmpagos riscando o breu,
a paisagem dos sonhos no chão,
as árvores sendo arrancadas pelo ciclone,
as flores despetaladas ao açoite do vendaval,
fios de ternura cortados,
mil desejos destelhados,
nada parado em pé,
além deste ser que caminha a meu lado,
e que eu, poeta desacorçoado, confiante, sigo.

Olhar perdido no horizonte, 
cato meu coração,
firmo os pés no chão e, qual bambu que se levanta 
antes da bonança,
levanto a cabeça e 
sigo em frente.

Sem róseas lentes, 
sem aquela  substância 
que dá consistência aos sonhos,
sem mais nada, além da certeza
da essëncia que há em tudo,
essëncia cósmica e divina,
que sobrevive aos temporais.
“Sin perder la ternura jamás!”


Carmen Regina

Adoro vir aqui pra reler o que vocë escreve comentando o que leu... Dá vida, dá fogo aos meus sentires. Muito obrigada.





Tem dias que a alma é  uma fábrica
eu, a operária, no tec tec sem fim,
ela não para, as minhas mãos disparam,
e os poemas entram e saem  de mim.

Sim, eu me  identifico,
É natural,  vivo em sua companhia,
sei o que ela pensa, o que sente,
co-autora que sou da poesia.

Ela é linda, amorosa e apaixonada,
Vive para   te adorar,
e é por mim que mantém a calma,

Sabe que nascemos para nos amar,
então se contém,
mas, só eu sei o que me vai na alma.


Carmen Regina