terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

vulcão


Noite alta

Nem lua
Nem cigarras
Nem orvalho.
A madrugada adentra
Penetrando os sonhos
Ocultos na aridez das folhagens.
Nem o calor do Etna,
Nem o Vesúvio,
Nem Roma em chamas,
Rios de fogo
Correm em seu leito.
O mundo inteiro arde.
O muro que separava os jardins
Está desfeito.
O vermelho manchou o papel do poema,
As letras, qual labaredas imensas,
Elevam-se em meio à fumaça
Ah esse desejo que não passa...
Agora não tem mais jeito,
O poeta ativou
Um vulcão dentro do peito.


carmen

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