terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Abismal ...penso, e a rua fica comprida...




Penso.
E a rua fica comprida,
o horizonte, distante.

Penso,
E o abismo vai se criando
Enquanto ando.

Penso.
E na névoa, há dores,
Fora dela, há cores.

Penso.
E o pintor se atira
Ao abismo dos pincéis.

Não penso.
E o pensar me esquece
Para que o poema se expresse

Entrego-me.
E a tela em branco, abismo profundo,
Traz-me de volta ao meu mundo.


Carmen Regina, by Smírama

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