sábado, 11 de fevereiro de 2012

noite a dentro ...

                                                             (imagem do Google)



Noite adentro

Fecho os olhos, a noite se cala.
Não há nada que não seja sentido.
Sinto. Ah!... primeiro o incenso,
saboreio o espiritual;
Agora, a mansidão da chuva,
algum ruído incidental
e o zumbido intermitente do éter no ar,
milhões de cigarras em uníssono, mantra,
a noite do universo dentro da minha cabeça.

Conflitos e contradições emergem...
Que sei eu do que serei em seguida ao espanto,
se já quase nada me espanta?

Maravilho-me diante do inesperado...
As palavras que me tocam despertam a loba
morta de fome.
Acorda o poeta no mundo dos sentidos.

Carmen Regina

4 comentários:

Francy´s disse...

Acredito que a noite fala, fala muito para a alma.Onde os conflitos emergem na alma e diz muitas coisas.
beijos

ManivelasdaMente disse...

«As palavras que me tocam despertam a loba
morta de fome.
Acorda o poeta no mundo dos sentidos».

Que as palavras paridas no auge da madrugada, grávidas de formas pouco definidas, acordem as veias e as enlacem, alimentem com orvalho o fulgor da sua poesia.

Unknown disse...

"Acorda o poeta no mundo dos sentidos"

"Acordo, o sol bate lá fora
A vida não demora..."

"Acordo pensando encontrar o meu amor
Pra banhar na luz do sol
E fugir da escuridão..."

Carmen Regina Dias disse...

Ah, que bom te reencontrar, Sérgio, poeta do coração.