Era uma lágrima pequenina,
perdida em sonhos,
ardia em febre em meu colo.
perdida em sonhos,
ardia em febre em meu colo.
Coloquei-a para dormir
em meu travesseiro de plumas.
em meu travesseiro de plumas.
Logo vieram suas irmãs, infantes,
como ela, inconsoláveis.
Cantei uma cantiga melancólica,
a ver se dormiam mas, elas foram chegando,
dezenas,centenas, milhares de lágrimas gêmeas,
como bebês, chorando.
como ela, inconsoláveis.
Cantei uma cantiga melancólica,
a ver se dormiam mas, elas foram chegando,
dezenas,centenas, milhares de lágrimas gêmeas,
como bebês, chorando.
Não pude fazer nada alem de cantar,
desconsolada supliquei aos anjos para acalmá-las,
dar- lhes sono, sonhos macios,
ainda que impalpáveis e irrealizáveis,
sonhos doces de sonhar.
Desliguei as luzes da ribalta, os modens, as mídias,
só ficou o vento gemendo na janela.
Dormi a sós com ela, minha lágrima menina,
herdeira do amor, futura rainha dos anelos .
Quando o sol surgiu por detrás das magnólias, acordamos,
úmidas e abraçadas.
Hoje, vou levá- la ao jardim
para ver a seca devastadora nos canteiros de lírios
que circundam a moradia.
E que sobrevivem,
apesar das pedras e da secura,
tão somente pela graça da poesia e da ternura.
*Carmen Regina
7 comentários:
Oi, Carmen! Quantas vezes isso nos acontece, não é? Colocado assim em forma de poesia é tão doce e tão triste! Mas ao mesmo tempo é reconfortante por causa da presença dos anjos! Muito obrigada! Beijos no seu lindo coração!
Nossa! Lindo este poema! *-* Obrigada pelo carinho! Você é um anjo, Carmem!
Beijo!
Deus te abençoe!
Oi querida, como sempre vc é maravilhosa e de uma sensibilidade enorme. Adorei esse poema, porque passei diversos momentos retratados nesse poema, e ainda bem que nossas lágrimas nunca secam. Bjos
Jewila... Ana Lu... Cesar...
um jeito de poesia dizer que nada é para sempre, que as flores choram sorrindo, basta ver quando vem a chuva, brava, forte, às x com granizos, e o vento devastador...
elas se curvam, suas pétalas roçam o cháo mas, nem bem sai o sol por entre
as nuvens, elas se levantam para
um novo tempo! Algumas pétalas ficam no cháo, e tornam-se adubo para o por vir.
Muito agradecida por seus olhares
táo cheios de poesia.
Carmem, que texto suave e perfeito. Gostei do seu blog e dos seus versos.
Lágrimas, às vezes impossíveis de serem contidas e com as quais arranjamos um jeito de conviver.
Grande abraço!
Linda
Gosto.
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