sábado, 6 de junho de 2009

Não tenho descanso...



imagem by Nicolas Roerich


"Não tenho descanso. Tenho sede de infinito.
Minha alma desfalecente aspira aos remotos desconhecidos.


Grande além!

Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!


Esqueço, esqueço sempre que não tenho asas para voar,
que vivo eternamente preso à terra.


A minha alma arde e o meu sono foge.
Sou um estrangeiro num país estranho.


Tu murmuras ao meu ouvido uma esperança impossível.
O meu coração conhece a tua voz como se fosse a sua própria voz.


Grande desconhecido!

Ah o canto dolorido da tua flauta chamando!


Esqueço, esqueço sempre que não tenho o corcel alado.
Não consigo encontrar o sossego,

sou um estrangeiro em meu próprio coração.


Nas brumas batidas de sol das horas lânguidas

que imensa visão de ti me aparece contra o azul do céu!


Grande irreconhecível!

Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!


Esqueço, esqueço sempre que na casa em que habito sozinho,
todas as grades estão fechadas."

Rabindranth Tagore



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