sexta-feira, 12 de junho de 2009

o que há...



















O que há,

O que há, poeta das doces palavras,
infiltrado no recheio dos teus versos,
que desce em torrentes por minha garganta,
entra-me na corrente sanguínea
e me põe assim, nua, mínima e vulnerável ?


Qual avalanche de pulsar inexplicável,
derramas sobre o meu olhar tuas rimas macias,
desmanchas meus castelos de areia,
tornas em pó meus ídolos reluzentes,
sem sentidos minha poesia.


Ah, poeta da inspiração inesperada,
Olha dentro dos meus olhos e me diz:
- O que há na consistência sutil do teu poema,
o que há, poeta dos dourados anelos
que me inebria a alma e,
num instante que me sabe eterno,
já nem sei quem sou?


Mergulho em teu poema.
E afogo-me em minhas próprias águas turbulentas.
Eram sem sal, até que me viesses, em ondas,
ora com gaivotas brancas em céu azul,
ora em procela do fim do mundo...


carmen
imagem by Miggs 69 - site Devian Art

Um comentário:

José Heitor Santiago disse...

A poesia eleva
os mais profundos sentimentos
da alma
à consciência dos dias
feitos de versos
tecidos com fios de luz.

A poesia
é dos poetas
que de tão vivos
sabem eternizar o canto
e o belo
de todas as palavras
de todos os Eus.

A poesia
não tem razão
tem sabedoria.

jhs


Sois grande poeta!

Abraços poema!