segunda-feira, 23 de março de 2009

quando...


Quando acordei,
as flores ainda estavam
abraçadas às pétalas,
havia o orvalho
e as gotas translúcidas
eram de uma lucidez
absurda e inexplicável...


Os pássaros enlouquecidos
cantavam à tua delicadeza
de manhã dourada,
sinfonia de brisa
despertando os ninhos
adormecidos no colo das estrelas.


Como gosto de acordar em ti
quando tu passas, vento sul
pela minha nuca,
pelos fios de meus cabelos,
pelas flores da minha pele...


Sou o éter quando me sinto
abraçada por tua leveza,
que nem é humana,
é sopro carícia e prana,
elemental dos anjos
que me beija toda vez
em que abro os olhos e
minhas mãos se estendem
para o nada
em que tu brincas
de ser a ternura do ar
que eu respiro.



carmen



4 comentários:

João Domínio disse...

Tarefa de poucos: unir o erótico com o divino.

Anônimo disse...

as gotas translúcidas
eram de uma lucidez
absurda e inexplicável...

VIU DRª? FAZER A ESCRITA TER A COR DA ALMA É ÁRDUO E BELO, TANTO QUANTO IMAGINAR O BEIJO DE KLINT OU A FLOR QUE AINDA NÃO DESPETALOU OU SAUDADE DO QUE JÁ É PRESENTE.
BJUS LIA

Anônimo disse...

Música boa,ritmo louco e sensualidade,brisa,pétala de querer ouvir e ler,ler,reler,sentir mais e mais ,oh pétala doce e suave.....

Carmen Regina Dias disse...

Verdade... sinto essa leveza enquanto leio, como cortinas esvoaçantes de gaze, estado de alma da poesia,
que encanta o poeta.
Muito grata viu...
Seus olhos me conduzem.