sábado, 17 de maio de 2008

Cortinas...




A chuva vai caindo cristalina e delicada

tecendo cortinas sem fim com os longos fios de seda

que descem suavemente do céu ao chão


enquanto milhares de gotas cintilantes flutuam no ar

como num sutil bailado, e a coreografia das energias vai desenhando

mandalas diáfanas e pulsantes,

bordando conchinhas brilhantes

ao longo do tecido das águas...


Uma brisa suave toca-as mansamente

e elas apenas se tornam mais ovais

e quando a brisa para de soprar

elas voltam a ficar arredondadas

feito bolinhas de sabão, ao alcance das mãos.


Detém-se o meu olhar sobre uma delas

e, ...plóf!

e outra, tow!,

e mais uma, pow!

E mais essa, póf!...



Carmen Regina Dias

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