quinta-feira, 15 de maio de 2008

Maiakóvski...


















A Fé

(Maiakovsky)

Distendei vossa espera o quanto quiserdes -
tão clara,
duma clareza tão alucinante
é minha visão
que, dir-se-ia,
bastava o tempo de liquidar esta rima,
para, grimpando ao longo do verso,
entrar numa vida maravilhosa.


Eu não preciso indagar
o que e como.
Vejo-o,
nítido,
até os último detalhes,
no ar,
camada sobre camada,
como pedra sobre pedra.
Vejo erguer-se,
fulgurando no pináculo dos séculos,
isento de podridões ou poeiras,
o laboratório das ressurreições humanas.
Eis o calmo químico,
a vasta fronte
franzida
em meio à experiência .
Num livro, “Toda a Terra”,
procura ele um nome.
“O Século Vinte...vejamos,
a quem ressuscitar?
A Maiacovsky talvez...
Não, busquemos matéria mais interessante!
Não era bastante belo esse poeta”.
Será então minha vez de gritar
daqui mesmo,
desta página de hoje:
“Pára, não folheies mais!
É a mim que deves ressuscitar

Nenhum comentário: